De acordo com a Kryptus, planejamento é fundamental para se antecipar às ameaças sem comprometer o investimento e a operação do negócio
Segurança cibernética
O investimento em segurança cibernética se tornou uma questão de sobrevivência para os negócios das organizações, independentemente do porte ou setor de atuação. O Gartner prevê que os gastos globais com cibersegurança e gerenciamento de riscos devem crescer 14% no próximo ano, chegando a US$ 215 bilhões. Segundo a consultoria, a adoção contínua de computação em nuvem, a força de trabalho híbrida, o advento e uso da IA generativa e o ambiente regulatório em evolução estão forçando os líderes do setor a aprimorar seus gastos.
A despeito das projeções, um dos principais desafios que líderes de segurança cibernética enfrentam é a insuficiência de recursos financeiros e humanos para acompanhar o avanço tecnológico dos agentes de ameaças, que investem constantemente em inovação para desenvolver vetores de ataque cada vez mais sofisticados. Tal condição é especialmente preocupante no Brasil, que possui uma das maiores superfícies de ataque da América Latina. Essa é a avaliação de Edson Gaseta, Consultor de Governança em Cibersegurança da Kryptus, multinacional brasileira especializada em criptografia e segurança da informação.
“A segurança cibernética deve ser encarada como prioridade incontornável, só assim as organizações estarão preparadas para enfrentar as ameaças atuais e futuras. Por isso, é fundamental que todas as áreas de negócio estejam envolvidas com o tema. Os CISOs devem alertar sobre os riscos associados à ausência de mecanismos de segurança apropriados e demonstrar como uma estratégia bem definida pode proteger toda a organização, enfatizando o retorno esperado sobre o investimento.”
A seguir, Gaseta destaca cinco passos essenciais que as lideranças devem seguir na hora de planejar a implementação de uma arquitetura de segurança cibernética sem comprometer o orçamento da empresa.
- Avaliação de cenário: Cada empresa tem suas próprias características e necessidades de segurança. Portanto, avalie minuciosamente os requisitos específicos da organização contra ameaças digitais, observando também as regulamentações do setor. Proteção de dados internos, criptografia, políticas de privacidade e tratamento de incidentes, entre outras questões sensíveis, devem ser cuidadosamente abordadas.
- Visão de futuro: Defina metas claras de segurança para o desenvolvimento de um plano estratégico a fim de delinear como a estratégia evoluirá, obedecendo a um orçamento adequado para cada tipo de tecnologia a ser adotada.
- Colaboração estratégica: Colabore estreitamente com todas as áreas de negócio e certifique-se de que as estratégias de segurança estejam alinhadas com os objetivos gerais da empresa. As considerações de conformidade devem ser parte integrante do planejamento, reconhecendo as necessidades específicas de cada setor.
- Investimento em processos e pessoas: Uma estratégia de segurança eficaz envolve tecnologia, pessoas e processos. A escassez de mão de obra qualificada na área é uma realidade, por isso recomenda-se a reserva de recursos tanto para a contratação de profissionais especializados como para o treinamento de pessoal. Deve-se considerar também a possibilidade de terceirizar a cibersegurança para contornar a situação, contratando empresas especializadas. Por isso, tenha sempre uma rede confiável de fornecedores e parceiros que ofereça um atendimento completo em segurança da informação.
- Provisionamento de recursos de infraestrutura: Esteja sempre atualizado sobre as principais tendências em ciberataques, como o ransomware, e explore a criptografia de dados visando reforçar os sistemas de defesa. A alocação de recursos para expandir a capacidade de cifragem e manter as chaves criptográficas protegidas contra ataques é essencial para combater esse tipo de crime.
“Essa estratégia pode ser conduzida de forma gradual e contínua, priorizando os pontos mais críticos e mantendo o controle para que a evolução aconteça. Não adianta tentar aprovar um investimento a fim de realizar tudo de uma vez e chegar a um valor inviável, pois isso pode se tornar uma barreira para a execução do projeto”, conclui Gaseta.
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