Os rastros do apagão cibernético e a importância da resiliência tecnológica operacional das organizações

 

Por Rafael Cividanes, M.Sc. Cybersecurity, Diretor de Cibersegurança da Kryptus

Créditos da imagem: Tela azul da morte (Imagem: Reprodução/Windows)

 

Os recentes incidentes cibernéticos ressaltam a vulnerabilidade das empresas que dependem de sistemas críticos. Uma falha causada por uma atualização corrompida de um provedor de serviços de inteligência de ameaças e resposta afetou milhares de computadores globalmente, sublinhando a importância de sistemas contínuos e estáveis para garantir a continuidade operacional.

Setores como saúde, aviação e finanças, altamente dependentes de sistemas digitais, foram os mais atingidos. Além das interrupções operacionais, o incidente expôs vulnerabilidades que podem levar semanas para serem completamente sanadas, abrindo portas para campanhas de desinformação e ataques subsequentes.

O evento evidenciou falhas graves na gestão do processo de atualização e a necessidade urgente de resiliência tecnológica operacional. O problema teve início quando endpoints — dispositivos conectados a uma rede de computadores — falharam após uma atualização global. Por exemplo, uma empresa aérea viu várias estações Windows tornarem-se inoperantes devido a essa atualização. Embora os servidores não tenham sido diretamente afetados, a decisão de realizar uma atualização global sem testes regionais ou em um ambiente de homologação revelou uma lacuna significativa na gestão do desenvolvimento da solução.

A governança, que abrange o planejamento, a execução e o controle das atividades de segurança da informação, é essencial para evitar tais incidentes. Atualizações são processos complexos e exigem uma abordagem meticulosa e um ambiente de homologação robusto para garantir implementações seguras. Diversificar provedores e endpoints, ou seja, utilizar diferentes tipos de dispositivos e sistemas operacionais, como Windows e Linux, reduzindo a dependência de um único fornecedor ou tecnologia, embora implique esforços adicionais de gestão e investimentos adicionais, é uma estratégia fundamental para fortalecer a operação e justificar o investimento, ajudando a minimizar o impacto de possíveis ocorrências.

Empresas de grande porte, como marketplaces e instituições financeiras, frequentemente contratam múltiplos provedores de segurança para obter diferentes perspectivas e avaliar seus ambientes de forma abrangente. Trabalhar com segurança em ambientes críticos, mitigando riscos e implementando estratégias de contingência e ter um plano de recuperação de desastres é imprescindível para qualquer organização que lide com dados críticos.

As falhas recentes ressaltam a importância de uma abordagem abrangente da segurança cibernética. Uma simples atualização mal executada pode ter consequências graves, reforçando a necessidade de um planejamento estratégico robusto e de uma governança sólida para enfrentar os desafios futuros.

Para garantir que a operação das organizações esteja protegida e preparada para qualquer eventualidade, é essencial contar com especialistas em gestão de riscos, implementar sistemas de monitoramento eficazes e adotar tecnologias de proteção de perímetro. A mitigação de riscos deve adotar mecanismos de proteção / defesa em camadas, incluindo o uso de criptografia, classificação da informação e ferramentas avançadas, como IA, machine learning entre outros.

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